quinta-feira, 22 de abril de 2010

O meu herói

Quem aqui nunca teve um herói? Batman, por ser um morcego da noite, que não precisa de superpoderes para salvar a pecaminosa Gothan, Clark Kent cujo disfarce é de um humilde e bonitão jornalista, e  atividades extras é fugir de kriptonita e salvar o dia, dentre tantos e tantos super-heróis peculiares que roteiristas do mundo inteiro criaram.
Mas o meu super herói pessoal não tem super poderes. Meu herói tem um nariz disproporcional ao rosto, tem cabelo branco, não tem a melhor musculatura e muito menos beleza avantajada. Meu super herói tem o dom das palavras, tem um humor ácido e se casou com uma de suas filhas adotivas.
Ladies and Gentlemans, lhes apresento: Woody Allen.


Ele pode não ter uma estrutura óssea boa, mas quem disse que isso é o que faz nossos heróis? Sua sagacidade, as palavras cruas, e aquele apaixonado conjunto de palavras usadas no roteiro de Manhattan (1979) , onde Allen contracena com Mariel Hemingway e a conhecidérrima Diane Keaton fizeram meus olhos se encherem de lágrimas e meu coração de Allen. O preto e branco deixou o filme mais apaixonante ainda, e aqueles típicos diálogos do diretor/ator deixava tudo mais incrível. Dirigiu alguns filmes que marcaram sua história como 'Dirigindo no Escuro', 'Trapaceiros', 'Sonhos Eróticos Numa Noite de Verão', 'Match Point' e, o último sucesso do cara, 'Vicky Cristina Barcelona', onde a belíssima Scarlett Johansson contracena com a musa de Almodóvar, Penélope Cruz.
Mas é claro que eu precisava testar o meu herói mais uma vez, então resolvi parar numa Livraria e comprar um exemplar de 'Que Loucura!' do cara. Humor fino, requintado, picante. Contos com intrigas e amor, onde tudo isso é motivo de uma piada infâme de meu herói. Mais um ponto pra ele.
Mas a verdade é, apesar de ser um gênio ao escrever roteiros e contos, ele é complexo. E ao mesmo tempo que complexo, simples demais. Mora em um bairro de classe média, vive sua vida pacata, ao mesmo tempo em que tem um currículo estrelar, de causar inveja. E apesar de anos e mais anos na estrada, com sua excentricidade, ele sempre permaneceu o mesmo.
Um brinde ao meu herói, tão querido e ácido, Woody Allen.


Deborah P.

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